Quando a fisioterapeuta Raquel Cimi, 36 anos, decidiu era hora de sua filha Laura, 3 anos, ter um irmão ou uma irmãzinha, ela não pensou que a alegria viria em dobro! Mas, junto da notícia de que ela estava grávida de gêmeas, também veio uma preocupação, já que soube que um dos bebês não estava se desenvolvendo dentro dos padrões, considerados ‘normais’. No entanto, ela só soube que uma das gêmeas tinha síndrome de Down, no momento do parto.
“Eu sou fisioterapeuta e sempre trabalhei atendendo pessoas com deficiências e com síndromes, por isso, assim que vi o rosto da minha filha, logo após o parto, soube que ela era perfeita e que tinha síndrome de Down, e isso foi um alívio para as angústias que senti durante toda a gestação”, explica Raquel, que passou a gestação preocupada com a possibilidade de sua filha ter algum problema grave de saúde.
“Como o exame para detectar qual seria esse tal ‘problema’ era muito invasivo e até arriscado, eu e meu marido Daniel achamos melhor não fazer. Mas, a preocupação esteve comigo durante todos os meses de gestação”, conta ela, que se derrete ao falar das meninas.
Com um ano e três meses, as gêmeas Luiza e Lívia têm uma vida normal, e estão se desenvolvendo dentro das expectativas, de acordo com cada situação. “Elas estão muito bem, a Luiza nasceu com um problema cardíaco mas não foi necessário fazer cirurgia. Atualmente ela tem acompanhamento com o pediatra, como a irmã Lívia, e também recebe estímulos em sessões de fisioterapia e fonoaudiologia, além de passar com o terapeuta ocupacional. A Lívia já está andando e a Luiza está quase andando também, mas, para nossa família, o que importa de verdade é que elas são felizes, vivem juntas e a harmonia entre as três é incrível”.
Por conta do nascimento das gêmeas, Raquel fechou sua clínica e atualmente se dedica aos cuidados com as filhas. “Temos uma rotina bem intensa, não apenas por conta dos tratamentos da Luiza, mas quem tem filhos sabe que três crianças exigem muitos cuidados e atenção. E nada me dá mais alegria que estar com elas”, adianta ela, que conta com uma babá, para auxiliar nos cuidados com as meninas.
Para ela, além de oferecer às filhas educação de qualidade, é fundamental prepará-las para conviver de forma autônoma e independente. Por isso, ela faz questão de que as meninas sejam totalmente integradas à rotina da família. “No início tive medo mas hoje me sinto mais tranquila e segura para educar minhas filhas e para proporcionar a elas muito amor para que possam viver de forma feliz e plena. Não vemos diferença entre as meninas e sabemos que o que mais importa é que elas estejam bem, saudáveis e felizes”, completa Raquel.
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