Por: Patricia Celestini*
O uso de chupeta e mamadeira tornou-se hábito comum entre as famílias. Estes bicos já fazem parte do enxoval dos bebês. Hoje vemos uma grande variedade de modelos, marcas e cores que tornaram este hábito mais fácil de ser aceito. Podemos até escolher entre os bicos normais e ortodônticos.
O bico da mamadeira é facilmente oferecido para a criança que não é mais amamentada no seio materno. Já a chupeta é oferecida para ‘acalmar’ a criança. Ela é vista como ‘mocinha’ nesse cenário, mas pode se tornar uma ‘vilã’ quando seu uso é prolongado.
Tanto o uso da chupeta quanto da mamadeira não é prejudicial se forem respeitados alguns critérios. A frequência e o modo da sucção destes bicos são fatores que podem colaborar para alterações ósseas e de musculatura oral da criança.
A criança que faz o uso da chupeta, apenas para dormir, sofre uma interferência menor das alterações orais do que a criança que fica o dia todo fazendo o uso do bico.
Além disso, o modo como a criança usa a chupeta também interfere na postura de lábios e língua. Existem muitas crianças que falam enquanto chupam chupeta e isso também altera o ponto e modo articulatório de alguns fonemas.
Alterações de fala devido ao uso da chupeta e da mamadeira

As alterações de fala mais comuns encontradas em crianças que fazem o uso destes bicos são: omissão dos sons de R e L: CAECA- careca, PATO – prato; EITE – leite; BUSA – blusa; troca de X por S: SÍCARA – xícara e J por Z: ZOÃO – João.
Em relação ao bico da mamadeira, encontramos as mesmas alterações dependendo do tempo que este bico é oferecido para a criança. O ideal é que a criança faça o uso da mamadeira o menor tempo possível e que faça a substituição para o copo o mais rápido possível.
Pesquisas mostram que os problemas em relação aos dentes podem ser evitados se a criança abandonar o bico da chupeta ou da mamadeira antes da troca dos dentes incisivos superiores.
Estes hábitos também contribuem para uma hipotonia de lábios, língua e bochechas, que podem levar a alterações das funções de respiração, mastigação e deglutição (ato de engolir).
O ideal seria que a criança usasse por um período curto de sua vida, até por volta dos dois anos de idade, e em situações controladas pelos pais.
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