Especialista na Língua Brasileira de Sinais, nosso colunista Rafael Dias Silva, lança livro em São Paulo. Atualmente, muito se discute sobre educação especial e inclusiva no Brasil. Além dos esforços individuais de profissionais engajados, a questão conquistou mais força depois da determinação legal que tornou a política inclusiva como parte da agenda educacional.
Atento às necessidades voltadas para a educação de surdos, o professor Rafael Dias Silva, responsável pelo projeto Libras na Ciência, que ensina pessoas com deficiência auditiva por meio da língua de sinais, lança, no próximo dia 13/9, o livro Língua Brasileira de Sinais – Libras. O evento acontecerá, a partir das 18 horas, na Casa das Rosas, em São Paulo (SP).
Formado em Libras pela Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos FENEIS, Silva conta com o título de Pesquisador e Especialista em Educação de Surdos, leciona no programa Habitat de Inovação Tecnológica e Social – HABITS (USP LESTE) e atualmente é mestrando em Educação voltado para a formação de professores na área de educação inclusiva.
O livro reflete sua preocupação e atenção com uma política inclusiva dentro da agenda educacional de nosso país. “A formação dos professores e a construção de uma escola que contemple as necessidades é o primeiro passo para a formação igualitária de um cidadão”, afirma Silva.
O professor explica que, em vários lugares do mundo, o trabalho educacional com pessoas deficientes sempre teve como ponto de partida a produção de material didático/informativo e formação continuada de professores como parte de uma ação inclusiva. “Essas publicações foram pensadas com o objetivo de proporcionar aos educadores uma base fortalecida para o entendimento das necessidades dos alunos e como estabelecer a metodologia de ensino. Internacionalmente, os resultados com publicações foram muito expressivos”, conta Silva.
No livro, o professor Rafael produziu um recorte entre as deficiências ao tratar especificamente sobre os deficientes auditivos ao apresentar um detalhamento sobre identidade, cultura, educação e aspectos linguísticos da sua língua.
Um dos primeiros paradigmas a ser quebrado com a obra está relacionado à identificação da pessoa com deficiência auditiva. “É muito comum ouvirmos referências como surdos-mudos ou formas pejorativas como ‘mudinho’. O primeiro passo para a educação inclusiva é saber como referir-se às pessoas, compreender que Libras é uma língua, e não uma linguagem, e que a comunicação, como acontece no Brasil, não está incluída em um contexto universal”, explica o professor.
A obra é dividida em quatro unidades principais:
Unidade 1 – contextualização histórica da Língua de Sinais como instrumento de comunicação da comunidade surda no Brasil e a formação do sujeito surdo marcada por conflitos e controvérsias;
Unidade 2 – constituição da Cultura Surda, diferenças existentes na Língua de Sinais e Língua Portuguesa, seus principais aspectos linguísticos e como identidade surda se constitui na presença e legitimação da Libras como uma língua natural dos surdos;
Unidade 3 – legislação específica relacionado à Libras e a formação de profissionais que atuam neste mercado em ascensão no Brasil, além de temáticas como a aquisição da leitura e escrita pelos surdos;
Unidade 4 – desenvolvimento da língua de sinais como língua materna pelos surdos, como é orientado o trabalho do ensino da Língua Portuguesa. O capítulo também contextualiza a atuação do profissional que trabalha como tradutor/intérprete de Libras, identificando o seu papel e suas principais competências referentes ao exercício profissional.
Serviço:
Lançamento Livro Língua Brasileira de Sinais
Dia/ hora: 13/9, das 18h às 21h
Local: Casa das Rosas (Avenida Paulista, 37 – Paraíso)
Outras notícias sobre a Língua de Sinais
. Instituto lança clipe em Libras
. Setembro Azul comemora conquistas da comunidade surda
. Será que as novas tecnologias vão substituir as pessoas?