Por: Adriana Dutra*
O Slalom é uma modalidade esportiva que simula uma corrida de obstáculos em cadeira de rodas (manuais e motorizadas) praticada por pessoas com paralisia cerebral.
A modalidade consiste num circuito de obstáculos a serem ultrapassados, a uma certa distância, no menor tempo possível e com o menor número de erros.
O Slalom foi introduzido nos Jogos Paralímpicos, em Tóquio, no ano de 1964, porém, por consideraram que o esporte não refletia o status atlético de modalidade olímpica, acabou sendo excluído dos jogos, em 1988, na Coréia.
Este desporto encarrega-se de ‘criar’ problemas de forma artificial, em uma quadra demarcada por cones, rampas e voltas, indicando o sentido e as direções, o que exige do praticante rapidez, coordenação, força e técnica para fazer o percurso no menor tempo possível e cometendo o menor número penalizações.
Entenda os termos do Slalom
Penalizações: tocar nas linhas e pinos rende uma penalidade de três segundos, enquanto derrubar os pinos, cinco segundos no tempo final;
Desqualificação: erros no percurso;
Benefícios: autonomia, melhoria funcional no cotidiano, uso da cadeira de rodas nos seus limites, desenvolvimento físico e pessoal, diversão, correr risco, desafios, rapidez, coordenação, força e técnica.
O Slalom pode ser disputado individualmente ou coletivamente, em equipas de quatro atletas. Em termos competitivos, é praticado apenas por atletas com paralisia cerebral que utilizam cadeiras de rodas manuais ou motorizadas.
As classes do Slalom
A modalidade está dividida em cinco classes, que variam de acordo com a funcionalidade motora do praticante. São elas:
D1: atletas com paralisia severa, que não conseguem mover uma cadeira de rodas manual, e utilizem cadeira de rodas motorizada (CP1);
D2: atletas com paralisia severa a moderada, com pouca força funcional em todas as extremidades e tronco, mas capazes de movimentar a cadeira de rodas com os braços (CP2U);
D3: atletas com paralisia de severa a moderada, com pouca força funcional em todas as extremidades e tronco, mas capazes de movimentar a cadeira de rodas com as pernas (CP2L);
D4: atletas com quadriplegia moderada ou hemiplegia severa, com bom controle de tronco ao empurrar a cadeira, limitado por vezes pelo tônus extensor (CP3).
D5: atletas com boa força funcional, com limitação mínima ou problemas de controle que se observam nas extremidades superiores e tronco (CP4).
Competição individual
O Slalom individual é composto por três provas combinadas. São elas:
. Um percurso fixo, cronometrado com oito obstáculos (quatro quadrados, um oito, uma rampa, um circulo e uma porta de inversão), partida e chegada.
. Uma corrida simultânea em paralela (um contra um) / prova por eliminatórias com quatro obstáculos (uma rampa, um oito, uma porta de inversão e um quadrado), partida e chegada;
. Um percurso variável cronometrado com oito obstáculos (os mesmos do percurso fixo, mas com uma ordem diferenciada).
A classificação final combinada é dada pela somatório de pontos obtidos na classificação das três provas.
É utilizado um tipo de ponderação/sistema de handicaps, entre as classes e sexos diferentes, de forma a poderem competir todos contra todos, isto é, as classes funcionalmente superiores partem alguns segundos depois de ser dada a partida, segundo tabela pré-estabelecida.
Competição coletiva
Coletivamente, em equipes de quatro atletas, formadas livremente, quer por divisão e/ou gênero, realizam a corrida simultânea em paralelo, em forma de estafeta (4×4) / prova de eliminatórias por equipes.
Cada elemento de cada equipe só pode partir após o seu colega anterior cortar a meta.
Com a prática de Slalom pretende-se, além de manter, conservar e desenvolver o potencial físico dos atletas, melhorar a autonomia e a funcionalidade da pessoa com paralisia cerebral em sua rotina, fomentando o uso das capacidades máximas da cadeira de rodas.

*Adriana Dutra é advogada, presidente da Atitude Paradesportiva, ONG que ajudou a criar em 2010. Atua com esporte adaptado há 10 anos, incentivando a prática de atividade física, dando oportunidade de treinamento e organizando eventos para a divulgação e fomentação das modalidades adaptadas.
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